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Deboche, ofensa, desrespeito, pouco caso, insulto, menosprezo. Não faltam nomes para qualificar a atitude do Governo de Santos teve nesta semana, com total apoio do Legislativo, no que se refere aos servidores que fazem a máquina municipal funcionar.

Encerrando unilateralmente as negociações da Campanha Salarial 2024 com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (SINDSERV), o prefeito Rogério Santos mandou o Projeto de Lei Complementar referente ao dissídio da categoria para a Câmara dos Vereadores.

A proposta, considerada rebaixada pelos trabalhadores, foi aprovada em 1ª votação nesta quinta (8/2). No texto, o prefeito concede 8% para a categoria, que reivindica 12,64% (sendo 4,51% referente à inflação do último período, 2% referente à reposição de perdas derivadas do aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos servidores e, 6,13% como parte das perdas de anos anteriores).

A ironia é que no fim do ano passado, como mostramos aqui na página, a mesma Câmara aprovou aumentos de 110% para os parlamentares (a partir de 2025); 33% para o prefeito (a partir de 2026, sendo que em 2025 haverá aumento de 26%); 27% para secretários e 20% para vice-prefeito (ambos para 2025).

No site do Sindserv a denúncia foi feita. Veja na íntegra:
“Os vereadores aprovaram dia 28/11, em primeira votação, aumentos substanciais para a alta cúpula do executivo para 2025:
– 25,61% prefeito (de R$ 26.270,00 para R$ 33.000,00);
– 19,57% vice-prefeito (de R$ 13.140,00 para R$ 15.712,30);
– 26,56% secretários (de R$ 21.890,00 para R$27.704,52).
Enquanto isso, para os servidores é aquela choradeira.
(…)
UMA MÃO LAVA A OUTRA
O prefeito não pode mandar Projeto de Lei aumentando o próprio salário. Os vereadores também não podem aumentar o próprio salário. Adivinha o que eles fizeram?
Em maio deste ano o prefeito mandou Projeto de Lei aumentando em 100% o salário dos vereadores e agora recebe agrado de volta.
COMPETIÇÃO DE PUXA-SAQUISMO
Não bastasse o aumento em 2025, a Comissão de Finanças e Orçamento propôs uma Emenda aumentando ainda mais o salário do prefeito em 2026. Passando para R$ 35 mil. Ou seja, mais 6,06% de aumento!
Geralmente, essas comissões sugerem emendas para corrigir erros no projeto original. Dessa vez, não. Sem apresentar nenhuma justificativa, simplesmente aprovou o projeto inicial e propôs mais aumento ainda.
No páreo:
Apresentaram o projeto inicial (aumento em 2025): Cacá Teixeira (PSDB), Lincoln Reis (PL) e João Neri (DEM).
Apresentaram a Emenda (aumento também em 2026): Ademir Pestana (PSDB), Fabrício Cardoso (PODE) e Paulo Miyasiro (REPUBLICANOS).
Votaram “sim, senhor” ao aumento:
Ademir Pestana (PSDB)
Adilson Jr (PP)
Adriano Piemonte (PSL)
Augusto Duarte (PSDB)
Edvaldo Fernandes – Chita (PSB)
Fabrício Cardoso (Podemos)
João Neri (DEM)
Lincoln Reis (PL)
Zequinha Barbosa (PSD)
Paulo Miyasiro (Republicanos)
Roberto Teixeira (Republicanos)
Tiganá (PP)
Sérgio Santana (PL)”.

E nesta quinta (8/2), as vereadoras Débora Camilo (PSOL) e Telma de Souza (PT) apresentaram emendas ao projeto de reajuste dos servidores da prefeitura e da Câmara, que deverão ser apreciadas na próxima sessão.
O Sindserv está convocando a categoria para resistir, por meio de dois atos após o Carnaval. Os dois serão no dia 15 (quinta). O primeiro às 11h, na Praça Mauá, e o segundo às 16h, na sessão da Câmara, que está temporariamente acontecendo no Paço Municipal.

VEREADORES DE SANTOS, PARA QUEM ELES TRABALHAM?
PREFEITO ROGÉRIO SANTOS, A FAVOR DE QUEM GOVERNA?