Eleições à vista e a corrida para ver quem aparece mais se acirra na maratona por votos. E como parte desse momento, surgem as indignações seletivas e sazonais dos vereadores que se dizem preocupados com o erário.

O Jornal Diário do Litoral publicou mais uma de sua série de matérias sobre os gastos excessivos da Câmara de Santos em reformas questionáveis. E nela há a informação de que o vereador Rui de Rosis (PL, 2º Mandato), estaria pedindo uma auditoria externa para esmiuçar uma questão que se encontra sob investigação do MP-SP: a reforma do Plenário.

Como vem mostrando o Diário, só com móveis, a Câmara vai gastar cerca de R$ 1,5 milhão. Com sete mesas os parlamentares santistas gastarão R$ 943.349,30. A reforma toda custará mais de três milhões.

PAINEL DE MEIO MILHÃO POR ANO
“O parlamentar também fez declarações contundentes sobre outra reportagem publicada pelo Diário, dando conta que a Mesa Diretora vai gastar quase meio milhão, exatos 495.681,12, por ano com aluguel de um painel eletrônico e sistema integrado de votação.

Serão pouco mais de R$ 41.306,00 pôr mês para expor a votação dos nobres edis em oito sessões de, no máximo, quatro horas cada, o que perfaz R$ 5.163,25 por sessão.”, publicou o periódico sobre o equipamento que está sendo instalado no Plenário da Casa.

Geralmente, painéis eletrônicos são instalados quando existe a necessidade de rapidez em votações por conta do grande número de parlamentares. Por exemplo, a Câmara dos Deputados (Brasília), que agrega 513 deputados. A Câmara de Santos tem 21 vereadores.

UMA DAS CÂMARAS MAIS CARAS DO ESTADO
De acordo com o Tribunal de Contas de São Paulo, em 2023 as despesas com custeio e pessoal da Câmara de Santos bateram os R$ 76,3 milhões, fazendo com que ocupasse a quinta posição entre as que mais gastaram no ano passado. A lista do TCE-SP analisa 644 câmaras.

Quando a comparação é entre as cidades que mais consumiram recursos públicos por vereador, o legislativo santista fica na sexta posição, com R$ 3,7 milhões por parlamentar.

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E vale lembrar que o parlamento santista já figurava no topo dos mais onerosos na época em que De Rosis era presidente da Casa. Hoje ele reclama, mas contraditoriamente também manejou recursos de grande soma em seu mandato (2019/2020) na Mesa Diretora.

Se os dados já são significativos, após os gastos com reformas que poderiam muito bem ser bem mais modestas, Santos certamente figurará entre as 3 Câmaras que mais gastaram em 2024. Lamentável!

VEREADORES DE SANTOS, PARA QUEM ELES TRABALHAM?