maranhao - 2024-01-18T110124.775

Mostramos aqui na página a repercussão negativa que o anúncio da reforma do plenário do Legislativo Santista causou em Santos. O caso parecia ter sido esquecido e ninguém falava mais no assunto.

Agora, em pleno recesso, a repaginação e modernização do espaço onde ocorrem as sessões entrou em operação. Era para tudo ser feito sem muito alarde. No entanto, nesta quinta (18), o jornal Diário do Litoral publicou uma matéria

Na reportagem, há a informação de que os vereadores também terão frigobares novos em seus gabinetes também.

A decisão em tocar a obra, prevista de 2021, e também de fazer as compras, foi da Mesa Diretora da Câmara.

Para dar cara nova ao Plenário Doutor Oswaldo de Rosis serão gastos mais de R$ 3 milhões (R$ 3.107.000,00) com a empresa Reforplan Reformas Planejadas Ltda. Com isso, as sessões serão realizadas provisoriamente na Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal.

Veja o que mais traz a matéria, do jornalista Carlos Ratton.

“A Reportagem tentou fotografar o início da obra, que é pública e feita com dinheiro do contribuinte, mas não foi autorizada.

No mesmo dia que foi anunciada a reforma no Diário Oficial, também ocorreu a liberação de cerca de R$ 11 mil (R$ 10.917,99) para aquisição de frigobares.

Segundo a Câmara, a licitação é para troca dos aparelhos dos gabinetes dos vereadores e não possui nenhuma ligação com a reforma do plenário.

A previsão é que a CMP Construtora Marcelino Porto Ltda leve 50 dias para terminar a primeira fase da obra ao custo de R$ 58.140,00.

Nela, será elaborado laudo técnico com identificação e descrição das possíveis patologias verificadas nas laterais do prédio do plenário como infiltrações internas e trincas nas janelas.

Também deslocamento das pastilhas de revestimento e a formação de cisalhamento entre os azulejos, com a elaboração do projeto básico de recuperação de elementos construtivos afetados e projeto executivo.

Ainda acompanhamento técnico da obra, assim como elaboração de planilha orçamentária, físico financeira e estabelecimento de critérios para medição dos serviços a serem realizados, conforme especificações contidas no projeto básico.

A reforma foi autorizada pela Mesa Diretora, composta por Carlos Teixeira Filho, o Cacá Teixeira (presidente – PSDB); Roberto Oliveira Teixeira, o Pastor Roberto (1º vice-presidente – Republicanos); Francisco Nogueira, o Chico Nogueira (2o vice-presidente – PT); Lincoln Reis (1º secretário – PL) e João Neri (2º secretário – PSD).

18 MILHÕES
Somados aos valores gastos, em 2010, no restauro do Castelinho (R$ 14.949.832,52), a reforma do plenário proposta retirou e retirará dos cofres públicos santistas cerca de 18 milhões em obras em 12 anos.

A Direção da Casa já justificou o gasto alegando que o plenário ficará mais acessível às pessoas com deficiência. No entanto, em 2010, a implantação do Legislativo no prédio do Castelinho incluiu todas as normas de acessibilidade, dispondo de rampas e três elevadores.

POLÊMICA
A reforma causou certo desconforto a alguns vereadores. Enquanto Chico Nogueira justificou que a reforma estava prevista pela Mesa-Diretora anterior (sob a presidência do vereador Adilson Júnior – PP) e foi incluída na peça orçamentária de 2021 e repetida em 2022, o vereador Benedito Furtado (PSB), apoiado pelas vereadoras Debora Camilo (Psol), Telma de Souza (PT) e a então Audrey Kleys (PP), hoje secretária, já alertavam que não houve consulta à totalidade dos vereadores.

Frisamos que não haveria qualquer problema em contrair gastos para criar mais conforto e beleza na sede do Legislativo. O que é de fato contraditório é o estado de penúria em que se encontram as escolas e as unidades de saúde, enquanto mais de R$ 18 milhões servirão aos espaços de trabalho dos representantes políticos de Santos.

São dezenas de escolas com problemas estruturais de diversas naturezas, com falta de acessibilidade e sem o AVCB d Corpo de Bombeiros.

VEREADORS DE SANTOS, PARA QUEM ELES TRABALHAM?