chargeprojetos300O final de alguns mandatos e do ano legal, já que a Câmara de Santos entra em recesso em meados de dezembro, dá um clima de liquidação. A ordem é desengavetar projetos. Muitos, na verdade, são balões de ensaio. Inviáveis, ilegais ou… engordam… as despesas. Mas, vereadores não podem criar serviços e gastos, prerrogativas do Executivo. Contrariando todas as regras, alguns insistem em lançar projetos que não podem prosperar. É um embuste com o eleitor.

De saída do Legislativo, já que não renovaram os mandatos, alguns mostram a ambição de deixar um legado. De factoides, pelo menos. Nos projetos apresentados durante a semana (5 e 8/12) Santos parece ser a cidade perfeita. Três ou quatro parlamentares apresentam trabalhos relacionados à poda, manejo ou morte provocada de árvores, sobre a divulgação dos índices de poluição… Outro, cria o Dia do doador de medula óssea. Mais: sobre gestão da qualidade nos hospitais.

Outro vereador, que já foi secretário, mostra que na verdade gostaria de estar no Executivo. Afinal, concorreu ao Paço. Foi o que mais desengavetou projetos: padroniza um exame de saúde na rede pública, dá nome a um espaço público, obriga a instalação de wi fi em todo equipamento turístico, institui o vale cultura para os servidores municipais, torna obrigatório secretários comparecerem a audiências públicas. E traz de volta, já que se despede, o projeto sobre incentivo fiscal para projetos culturais, com parecer contrário da comissão de Justiça e Redação.

Até o oposicionista da Casa se rendeu ao clima de liquidação. Propõe três homenagens, uma póstuma, a um projeto cultural e ao Grupo Esperança contra a Hepatite. Deixa revisões de leis setoriais. Outro parlamentar propõe isenção tarifária para um segmento social. Outro ainda, faz projeto para uma igreja e cria um título corporativo.