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De janeiro a outubro deste ano, o gastos com os dez maiores fornecedores da Câmara subiram 23%, em comparação com o mesmo período de 2017. Segundo os dados que constam do site do legislativo municipal, os repasses às empresas que mais recebem recursos saltaram de R$ 1,8 milhão para R$ 2,2 milhões.

No quadro abaixo é possível observar os serviços que mais consomem as finanças da Câmara. De cara a comparação faz saltar aos olhos as cifras na área de tecnologia da informação e serviços de informática. Nestes dez primeiros meses, a Mesa Diretora já liquidou pagamentos da ordem de R$ 839.797,45 para a L&M Solução em Tecnologia da Informação Eireli.

O montante é 292% superior ao valor gasto na mesma área, em igual intervalo de tempo, em 2017. A empresa era outra. Chamava-se MV&P Tecnologia em Informática Ltda.

Há diferenças entre os tipos de contratos, já que a primeira vendeu à Câmara diversos suprimentos em informática. A segunda, prestou serviços de licença de uso de sistemas de processamento de dados.

Ainda assim, pode-se dizer que gastar quase R$ 1 milhão de reais com apenas uma empresa é algo representativo. Principalmente quando sabemos que em algumas escolas municipais tem faltado o básico como, por exemplo, cozinheiras em número suficiente para preparar a merenda escolar.

Além disso, não são todas as unidades básicas de saúde que estão informatizadas em Santos. Muitas estão em espaços físicos precários, por falta de manutenção.

Bem diferente é a realidade do chamado Castelinho, endereço da Câmara, onde não há desconforto físico e nem crise financeira. Além da área de tecnologia, destacamos outros dois polpudos grupos de gastos, ambos serviços terceirizados: Limpeza e Segurança.

Também nestes dois quesitos houve aumento de gastos de 2017 para 2018. Em ambos os setores, seria possível economizar bastante, utilizando servidores públicos do quadro municipal. Mas, para isso, seria preciso realizar mais concursos públicos, algo que o atual governo tem bastante resistência e que boa parte dos vereadores não se interessa em defender.

Terceirizar e privatizar é com eles. Não por acaso, na semana passada, o vereador Ademir Pestana (PSDB, 4º Mandato) sugeriu a desfiguração do modelo do SUS, para que a maior parte da população brasileira passe a ser assistida por planos de saúde privados.

Já Adilson Jr (PTB, 3º Mandato), defendeu que a solução para os problemas de segurança do degradado Parque Roberto Mário Santini, no José Menino, é entregar o local para a iniciativa privada, independente do modelo de privatização. “As ações que estão sendo feitas não estão dando certo. Se aquilo é um parque de frente para o mar, concede para quem pode fazer alguma coisa, para quem pode efetivamente dar o valor que a Cidade merece. Declara que a gente não tem essa capacidade, digo nós, o Estado”.

As empresas amigas agradecem sempre que gestores e agentes políticos reconhecem que não são capazes de fazer as tarefas para as quais foram eleitos. Também não é à toa que as somas em contratos de terceirização crescem no Executivo e no Legislativo, enquanto os serviços públicos executados de forma direta seguem sucateados. Faz parte do projeto “sucatear para terceirizar/privatizar”.

Vereadores de Santos, para quem eles trabalham?

Veja abaixo (clique na imagem) os detalhes de gastos com os dez maiores contratos com fornecedores da Câmara

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