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Deu pano para manga o requerimento do vereador Manoel Constantino (PSDB, 9º Mandato), sobre punição à empresa que não termina a obra contratada pela Prefeitura para reforma e ampliação do Complexo Esportivo M. Nascimento, na Zona Noroeste.

O vereador Boquinha (PSDB, 3º Mandato) resolveu fazer um adendo ao requerimento e denunciou a situação do equipamento. “A quadra está cedendo. Foi afirmado e comprovado que houve estaqueamento no local. Se teve, ela não poderia ceder. Teve também nesse contrato um piso especial de anti-impacto, coisa que não foi feita. E hoje saiu publicado no Diário Oficial a 4ª etapa do processo 73.320/ 2018, com mais uma aplicação de R$ 2.235.785,03. Para fazer o que ali, cacete? Tem que entregar. Não se pode falar de 4ª etapa se não entregou (a etapa anterior) para a população”.

O adendo, que pede o inteiro teor do processo mencionado, foi aceito pelo autor. Constantino disse que os vereadores são “para-choques” para os “chapéus” que a Cidade está levando em vários outros casos de obras que se arrastam. Está certíssimo, até porque fez questão de amortecer as críticas ao prefeito, principal culpado pela situação.

“Desceu teto do hospital da ZN, reboco e ninguém deu atenção. Não estou me referindo ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa, que está bem intencionado. Ele é um só e quando ele nomeia alguém para gerenciar algum serviço, esse alguém tem que gerenciar, fiscalizar. (…) Esse requerimento teve o objetivo de levantar a discussão, mas não estou aqui chamando a atenção do senhor prefeito, que ele não tem culpa. (…)”, afirmou.

E lembrou de outro caso: “No Santos Novos tempos até agora qual é a única obra que pode ser utilizada pelas pessoas? É a Haroldo de Camargo, que favorece as casas na beira do canal que ficam do lado de São Vicente. Em Santos não tem favorecimento nenhum”.

O presidente eleito da Câmara, Rui de Rosis (MDB, 1º Mandato), também exerceu a função para-choque. Ao usar a palavra, deu aquela amenizada na crítica, pedindo tranquilidade. “Está em final e todo final é um pouco conturbado. (…).Os equipamentos são de qualidade, mas, infelizmente, as pessoas que comandavam as obras desses equipamentos não estavam preparadas para fazer o que fizeram”.

Ao fim da sessão, o vereador Lincoln Reis (PR, 1º Mandato) se inscreveu para falar e retomou o assunto das obras paradas, mas com foco na Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra. Segundo ele, a empresa responsável simplesmente sumiu do canteiro de obras.

“Tão dando chapéu no prefeito, coitado (…). Estou cansado de falar dessas empresas. Ninguém vai lá. Eu quero que o Bolsonaro acabe com esse negócio de licitação. Pega os pedreiros do morro, coloca em RPA, dá material pra eles e o povo constrói as coisas”, disse. Um despropósito total dizer que o problema está em licitar as obras e dar um mínimo de transparência que a legislação determina.

É brincadeira? Os vereadores são corretamente cobrados pela população para denunciar a demora das obras da Cidade e a inércia do poder público, que adora fazer propaganda dos projetos (publicidade paga pelo contribuinte), mas não consegue garantir a execução do que é alardeado no prazo e qualidade prometidos.

Na hora de colocar o dedo na ferida, os parlamentares ficam cheios de dedos para evitar desgaste do chefe… do chefe do Executivo. Então pra quê?

Vereadores de Santos, para quem eles trabalham?