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O vereador Banha (MDB, 5º Mandato) pediu, nesta segunda-feira (24), que uma comissão especial de vereadores (CEV) de sua autoria, que trata da revitalização do Centro Histórico, seja anexada à CEV do Alegra Centro, presidida pelo vereador Boquinha (PSDB, 3º Mandato).

A solicitação foi uma reação à análise que esta página fez na semana passada, mostrando que boa parte das comissões especiais tiveram pouco ou nenhum desdobramento em relação aos seus objetivos.

É comum na Câmara que críticas ao trabalho dos vereadores sejam pouco toleradas. Banha deixou claro que ficou incomodado e se defendeu ao usar a palavra na sessão.

“Semana passada houve um conflito. Muitas pessoas se arvoram a criticar esse Legislativo e desconhecem o serviço que esse Legislativo tem com relação a audiências públicas, comissões permanentes e especiais. Essas comissões, às vezes, acabam se chocando umas com as outras”, começou o vereador.

Ele deixou claro que as duas comissões são muito parecidas e não têm porque existirem em paralelo. Só agora percebeu isso? Não se deu conta quando instaurou a referida CEV sobre patrimônios históricos?

“Praticamente uma é simbiose da outra, e ainda temos a Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, a Comissão Permanente de Cultura. Você vê quanta gente pra tratar desse assunto. (…) Então eu peço, até para ajudar esse Legislativo a não sofrer tantas críticas, as vezes injustas, que seja anexada essa CEV da Revitalização do Centro, à CEV do Alegra Centro, que é a mesma coisa, praticamente”.

Banha justificou que resolveu tomar essa providência para que “não haja ruído de comunicação e até falta de juízo e informação”, pois “as pessoas julgam muitas das vezes sem saber o trabalho realizado e isso não está correto”.

Ao final, fez aquela propaganda institucional. “Esse é o Poder Legislativo, que tem trabalhado incansavelmente. E se alguém perguntar ‘para quem eles trabalham’, tenho certeza que eles trabalham para o povo de Santos”.

O parlamentar poderia ter sido mais rápido em perceber que ter duas comissões sobre o mesmo assunto, sendo uma delas com movimentação inexpressiva, é algo contraproducente e sem sentido. Poderia ter sido ágil em verificar essa duplicidade como tem sido veloz em conseguir que praticamente quase todos seus projetos sejam pautados e aprovados pelo artigo 24 do Regimento Interno, dispositivo que acelera a tramitação de projetos para que eles não precisem – veja só – passar pelas comissões.

Muitos desses trabalhos não têm qualquer caráter de urgência. Alguns dizem respeito a datas comemorativas ou homenagens. Outros são relevantes e, por isso mesmo, deveriam passar pelo crivo das comissões permanentes para um eventual aperfeiçoamento.

Não vamos nos cansar de perguntar, gostem os eleitos ou não: Vereadores de Santos, para quem eles trabalham?